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Nicolle H. Dresch (Demônio)

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Mensagem por Nicolle H. Dresch Qua Jun 06, 2012 3:09 pm

Dados Pessoais

Nome: Nicolle Holdefer Dresch
Idade: 256 anos.
Idade Aparente: 20 anos.

Personalidade: Devido a casta a qual serve, Nicolle possui um instinto extremamente sedutor, usando deste artifício um modo para conseguir o que deseja. Não se importa nem um pouco com as pessoas ao seu redor – com a exceção de Kira, sua irmã – e por este motivo seduzir e manipular alguém torna-se uma tarefa absurdamente fácil a ela. A mulher também é uma pessoa bastante sarcástica, sádica e ironica, o que muitas vezes acaba irritando as pessoas à sua volta, no entanto a opinião e sentimentos dos outros não é de seu interesse, logo a irritabilidade a qual provoca nas pessoas acaba sendo algo bem divertido a ela, principalmente quando quem irrita é sua irmã. Quando na Haled, na Terra, a Succubus tornou-se alguém bastante curiosa, procurando saber tudo sobre aquele mundo o qual os seres de barro e Ele tanto adoravam. Ela sempre tentou entender o porquê do fascínio de Deus para com os humanos; para com aquele lugar.
Sempre muito comunicativa, Nicolle acaba sendo a “fala” quando está junto de sua irmã, a qual torna-se a “ação”. Adora conversar, apostar e entreter os outros da forma que consegue, obviamente, com segundas intenções em suas ações.

Raça: Demônio/Succubus
Profissão: Show Business
Localidade: Las Vegas
Apartamento: Yep.

História

Sheol
Campos da tortura, o Othris
Século XVIII


Almas gritavam seus lamentos corriqueiros enquanto sádicos demônios atormentavam-nas, mostrando suas miseráveis vidas, causando-lhes dor e mais sofrimento do que alguém poderia superar, no entanto já estavam mortos então todo aquele sofrimento parecia ser mil vezes maior que o normal. No meio de toda aquele choramingo, lamentos, pedidos de misericórdia e gritos de dor, demônios caminhavam normalmente por aquela paisagem infernal e assombrosa. Entre eles, dois se destacavam por serem de castas as quais não possuíam o costume de estarem no Othris: uma Succubus e o próprio Asmodeus.

A demônio tinha o corpo humanoide da cintura para cima, seus fartos seios eram cobertos por escamas que desciam até juntar-se à cauda de cobra coral que trazia no lugar de suas pernas. Sua pele possuía um tom avermelhado que combinava com suas íris de mesma cor, cujas contrastavam com a esclera negra que as envolviam. Das suas costas emergiam um par de asas negras similar à asas de morcego. Suas mãos eram garras afiadas e mortais com unhas escuras como o de um animal. O cabelo da Succubus era longo e despenteado, porém ainda assim não era feio, possuindo um tom negro como as manchas de sua cauda.

Já o outro demônio era bastante diferente. Seu corpo era similar ao corpo de um leão, porém muito maior do que um. Ele possuía um apêndice e um par de asas de dragão de um tom avermelhado. Três cabeças brotavam de seu tronco animal, uma humana que ficava no centro, no lado direito uma de um touro negro com orbes escarlates e à esquerda a cabeça de um carneiro albino, a qual possuía presas tão grandes quanto à dos tigres dentes de sabre.

Os demônios pararam de caminhar e ficaram a olhar a vista, como turistas admirando um monumento histórico. Por alguns minutos permaneceram assim, até que uma voz grave retumbou.

– Acabou de ser criada por Lúcifer, deve servidão eterna a ele. - Disse Asmodeus, surpreendentemente não pela cabeça humanóide, e sim pela a de touro. O que ele estava dizendo não era necessário, já que a Succubus sempre serviria ao seu mestre, em qualquer circunstância. Antes de ela poder interromper o que ele dizia, o demônio voltou a falar. - Anjos e mais anjos estão descendo ao mundo dos seres de barro, e muitos de nós se pergunta e se preocupa com o porquê. Você irá para a Haled para combatê-los, encontrarei você e sua "irmã" lá.

A demônio passou a língua bifurcada pelos pontiagudos dentes com uma expressão extasiada.

- Sim, senhor. - Aquilo não havia sido uma pergunta, porém mesmo assim ela respondeu com a sua voz sedutora de sempre um sim demorado e cheio de deleite. Afinal, estavam indo para o mundo humano, que lugar melhor para atormentar as criações patéticas Dele?


Haled
Inglaterra - Londres
18 de março de 1762

Ficara pouco período no Sheol, tão pouco que o máximo que fizera lá fora arrancar as energias de alguns demônios, nada tão grande ou importante para o inferno. Subira a Haled junto de sua irmã gêmea. Irmã gêmea seria um termo estranho a se usar, já que não foram feitas ao mesmo tempo, porém ambas eram tão parecidas fisicamente e em algumas características na personalidade que acabaram por elas próprias se nomearem deste modo. Por este motivo, quando na Terra, acabaram por assumir corpos gêmeos.

De início a Succubus detestou aquela prisão de carne a qual fora presa. Sentia-se mais fraca e vulnerável, mais estupida e sem liberdade. Queria poder rastejar com sua parte cobra, voar, ou estraçalhar a garganta de alguém com suas presas, mas aparentemente isso não seria possível agora.

O corpo o qual assumira era bonito nos padrões humanos, e isso já a deixava satisfeita. Sua roupas eram em estilo vitoriano normalmente pretas com detalhes em vermelhos, geralmente similares as de sua irmã, tendo a dela detalhes roxos. Asmodeus iria vir à Terra, como havia dito, porém chegaria um tempo depois das duas.

Não foi difícil adaptar-se àquele mundo, pois tudo parecia muito simples. As duas arrumaram nomes facilmente, e empregos os quais elas poderiam energizar-se com mais facilidade que o normal. Nomearam-se Nicolle e Kira, naquela época possuindo o sobrenome Bittencourt Petruccio.

Naquele dia o calor estava judiando ruidosamente do mundo dos mortais, os quais reclamavam incessantemente sobre a temperatura. Nicolle passeava pelas ruas de Londres calmamente, atraindo olhares por onde caminhava. Ela gostava disso, da estupidez e da grande servidão dos humanos pela luxúria. Seu longo vestido era banco com babados, rendas e fitas negras. O cabelo trançado da mulher era preso por uma fina fita branca no final. Usava um guarda-chuva apenas como enfeite, já que o calor não a castigava nem um pouco, apenas a fazia lembrar de seu verdadeiro lar.

Um longo suspiro escapou de seus lábios. Já fazia tempos que viera para cá, e ainda assim Asmodeus não dera sinal de sua presença.

- Nicolle? - Disse a voz de alguém atrás da Succubus.

Estava tão distraída que a presença daquele ser não foi pressentida por ela. Seus sensores internos agora gritavam histericamente. Não era um humano que havia falado com ela. Virou-se, já com seu sorriso sedutor contornando seus lábios rosados. Seus claros olhos fitaram os do lobisomem à sua frente. A primeira coisa que pensou em fazer foi matá-lo, mas tendo em vista que o homem agia tão normalmente e estava tão tranquilo talvez ele nem mesmo soubesse que ela era um demônio. Seria interessante roubar a energia de um lobisomem...

- Sim, sou eu. Quem és tu?

- Loren. Loren Williams. Não lembras de mim? - Perguntou ele com um sorriso travesso atravessado em seu rosto corado.

O homem deveria ter 20 anos, era alto e forte. Sua pele era tão branca quanto a da Succubus e seus olhos brilhavam num tom de verde maravilhoso. Ele mexeu em seu cabelo loiro constrangido depois da expressão de dúvida da mulher. Caso tivesse passado uma de suas noites com aquele homem ela certamente lembrar-se-ia. Pelo menos era o que achava.

O homem deu um suspiro cansado e triste com aquela situação, pelo que parecia ele realmente a conhecia, e provavelmente já havia desenvolvido sentimentos por ela. Nicolle aproximou-se do jovem tocando-lhe o braço enquanto sorria sedutoramente, sorriso o qual normalmente estava estampado em seu rosto. Era algo quase como uma marca pessoal.

- Venha. – Disse ela puxando-o levemente para caminhar ao seu lado, levando-o à direção contrária a qual andava anteriormente. – Conte-me, ou mostre-me de onde me conheces.

Disse ela passando seu braço pelo dele e caminhando junto ao lobisomem.

• • •

Já estava escurecendo, apenas a luz das velas iluminavam o quarto o qual Nicolle estava. A mulher estava à janela. Seu cabelo estava bagunçado e ela enrolada no lençol de sua cama fitava o céu sombrio como se procurasse algo nele, algo diferente; anormal, mas como em todas as outras noites, o firmamento não estava diferente. Havia algumas estrelas iluminando o breu e a lua estava escondida por densas nuvens que a impediam de “brilhar”.

- Hey, preferes ver o céu a ficar comigo? – Perguntou Loren enquanto sentava-se mais confortavelmente na cama. Ele estava um pouco pálido e sua voz estava cansada. Ter sua energia sugada por uma demônio não deveria ser agradável... Ou melhor, deveria sim caso isto fosse feito através do sexo.

Ela virou-se para ele com um sorriso satisfeito, dirigindo-se para cama onde se deitou ao lado do lobisomem. Seus longos dedos passearam no tórax do rapaz sem destino certo.

- Loren, - Começou ela a dizer voltando seus grandes olhos azuis à ele. – Tu sabes o que és?

O homem riu com a pergunta e deu um selinho na mulher enquanto segurava-a pelo queixo.

- Claro que sei. Sou um homem apaixonado por ti.

Ela nada disse, apenas sorriu. Ele não sabia que era um lobisomem, não sabia que ela era uma demônio, não sabia que ela não tinha a capacidade de amar. Ele de nada sabia.


Haled
Estados Unidos - Las Vegas
19 de julho de 1985


Nicolle caminhava pelas ruas de Las Vegas ao lado de sua irmã. Haviam recebido séculos atrás uma mensagem avisando o dia e o local da chegada de Asmodeus à Terra. Aquele demônio estúpido havia mandado-as à Terra muito cedo. A provável explicação dele para seu atraso de séculos seria que o tempo no Sheol caminhava diferente do tempo no mundo humano, contudo não era ele que teve de ficar numa prisão de barro durante anos e mais anos.

O dia estava quente e o sol fustigava os humanos, como se os punisse pelas suas existências. Pelo menos era nisso que Nicolle queria acreditar. Fora indicado à elas que ele chegaria em um cassino abandonado em Las Vegas. Todos os demônios, pelo menos os mais importantes, haviam sido intimados à comparecer em tal lugar. As duas, as quais agora possuíam o sobrenome Holdefer Dresch, haviam se mudado para o Estados Unidos há uns dois séculos, na primeira chance que tiveram. Não queriam ter problemas para chegar até lá no dia da “grandiosa” presença do demônio.

- Não sei porque estamos indo para lá. É perca de tempo. – Reclamou Kira caminhando nervosamente ao lado de sua irmã. – Sabe o que ele vai falar certo? Aquele mesmo discurso que ouvimos em sonhos e que já ouvimos quando fomos criadas. Demônio chato.

Nicolle apenas riu do que a irmã disse. Ela estava certa nisso, mas ficar reclamando e depreciando a imagem de Asmodeus não iria ajudar ou melhorar nada.

As duas finalmente chegaram no cassino à elas indicado, porém no segundo em que aproximaram-se dele, seus alertas internos gritaram que não eram os únicos monstros do lugar. Kira virou-se rapidamente puxando a katana a qual sempre levava consigo. Seus olhos rondaram todo o perímetro do lugar. Nicolle apenas virou-se, desarmada e com uma expressão entediada como se disse: Que droga, uma luta.

- Pelo menos vamos ter alguma ação antes do demônio tagarela chegar. – Pronunciou Kira com um sorriso de escárnio em seus lábios.

Houve um movimento perto das árvores de um parque. Kira sorriu para sua irmã e correu para lá.

- É uma armadilha. – Gritou Nicolle para sua gêmea meio que cantando, enquanto sorria.

- Eu sei. – Respondeu a outra rindo e já sumindo de vista em meio às árvores.

A Succubus tirou um pirulito de morango do bolso de sua calça negra e o abriu, pondo-o na boca, enquanto escorava-se no muro do cassino. Sabia que o que quer que fosse, ou quem quer que fosse, iria atacá-la, mas cedo ou mais tarde. E não foi diferente.

Uma flecha voou em sua direção, porém ela apenas inclinou a cabeça para a esquerda, fazendo com que o disparo da flecha fosse totalmente inútil. Mais duas flechas foram lançadas, e novamente foram inúteis, já que a demônio desvencilhou-se delas com a mesma facilidade da primeira.

Nicolle apontou na direção a qual os projéteis foram lançados, e fez um gesto com a mão como se chamasse quem quer que fosse mais para perto. Seu sorriso de zombaria desenhava seu belo rosto enquanto seus olhos miravam o nada com um quê de desafio.

Algo a acertou na boca do estômago, e em seguida no rosto, e novamente no estômago. Era como se alguém estivesse dando vários socos nela, e estavam aparentemente. Porém, aqueles golpes de nada adiantavam já que a pele da mulher parecia ser mais resistente do que as flechas lançadas nela anteriormente. Seu sorriso continuou em sua face, enquanto recebia mais golpes em vão.

- Chega de brincar. – Disse ela dando um soco forte no ser invisível que a batia.

E realmente era alguém invisível.

Quando acertou o vazio à sua frente um grito rompeu no ar junto com um baque surdo e o som de algo se quebrando, e como mágica, a uns três metros de distância de si, uma pessoa materializou-se. Usava um uniforme negro e carregava um arco e uma aljava vazia. Quem seria burro a ponto de levar apenas três flechas à uma aparente caçada? Talvez já as tivessem gasto em uma outra possível presa.

A Succubus caminhou lentamente até o rapaz ao chão enquanto brincava com o doce em sua boca, como se o fato de uma pessoa invisível tentar a matar fosse normal. E basicamente era, deste que a U.M.B.R.A.E fora criada. O rapaz ofegou por um momento e depois voltou a sua forma invisível antes que Nicolle pudesse aproximar-se mais dele. A mulher revirou os olhos, descontente. Não gostava tanto de brincar de pique-esconde, e estava cansada demais para isso. Ela suspirou levemente e fechou os olhos.

“O que ela está fazendo? Preciso matá-la logo! Agora, que estou atrás dela, vou pegá-la por trás.”

Ler mentes, este era um dos dons das Succubus, se o rapaz soubesse disso não seria tão estúpido para pensar em sua localização. Ele avançou e Nicolle apenas desviou para a esquerda estendendo sua perna, na qual o agente tropeçou, acabando por cair de cara no chão. Sua forma invisível não durou com a queda. A Succubus o puxou pela camisa, levantando-o e forçando-o a ficar de frente para ela. Seu sorriso era doce, e quase inocente.

- "De que serve ao homem conquistar o mundo inteiro... – Começou ela a dizer e em seguida dando um beijo no agente, o qual sem saber o que fazer acabou retribuindo-o, coisa a qual fora sua última ação, já que no momento seguinte havia um punhal enterrado em seu tórax.

- ... se perder a alma." Marcos 8:36. – Alguém completou sua frase, alguém cuja presença a demônio não conseguiu pressentir.

A voz que soara atrás de si era conhecida. Uma voz a qual não escutara à muito tempo, e que achou que nunca mais ouviria. Surpresa com aquele ser ela apenas virou-se. A adaga que carregava em mãos e que possuía uma espécie de aura negra a rondando fora guardada atrás de sua calça, escondida dos olhos vorazes de qualquer ser.

- Quanto tempo nós não nos vemos, não é? Dois, talvez três séculos? – Perguntou Nicolle cruzando os braços sobre o peito enquanto trocava o pirulito em sua boca de lado.

O homem que falara anteriormente estava à uns cinco metros de distância dela. Seu cabelo continuava com a mesma cor loira de antes, talvez um tom mais escuro. Sua pele ainda era clara, mas agora possuía algumas finas cicatrizes que ficavam à mostra por usar uma blusa de mangas curtas. Seus olhos verdes pareciam mais intensos, porém frios e tristes, totalmente o contrário do que eram antes. Ele estava mais alto e seus traços mais fortes dando-o a aparência de um homem quase em seus 30 anos de idade.

- Sim, dois séculos, Nicolle. Se é que este ainda é o seu nome. – Loren ergueu a cabeça e fixou seus olhos no da mulher à sua frente. Deus dois passos largos e rápidos e logo estava à poucos centímetros de distância dela. – Um dia depois de eu contar-lhe que estava apaixonado por ti você partiu. Não me avisou, nem a ninguém. Kira também não avisou, mas ela não me importava, apenas você. Os dias se passaram e eu não sabia para onde você havia ido, ou o que havia acontecido. Entreguei-me à bebida e à luxúria na esperança de te esquecer, mas foi tudo em vão.

O loiro deu uma risada seca sem humor direcionando seu olhar para o céu, como se recordasse de uma memória antiga, em seguida voltou seus orbes para ela novamente.

- Em meio à depressão a qual se instalara em mim recorri a última opção humana, a qual muitos recorriam naquela época: o suicídio. Porém, nem isto adiantou-me. Armas me feriam, assim como saltos de precipício e veneno, porém nada me matava. Nada. – Mais uma vez a risada de antes. – E em um momento de fúria que descobri meu verdadeiro eu: um monstro com sede de sangue e fome de carne humano; um lobisomem.

Nicolle abriu a boca pra falar algo, provavelmente alguma coisa irônica, ou uma piadinha retardada, mas fechou-a quando seus sensores indicaram que havia mais alguém ali. Ótimo.

- Quem veio com você? – Foi a única coisa que perguntou, dando um passo para trás e olhando para trás de Loren, para onde parecia vira a essência daquele outro ser, um outro mutante.

- Você a encontrou! – Disse uma mulher caminhando até o loiro.

Ela vestia o mesmo uniforme do garoto que a Succubus havia matado, porém o brasão que carregava no peito tinha a letra U grafado em prateado, e não em cinza ou vermelho como costumava se ver. Seu cabelo era comprido e castanho, com cachos perfeitos que caiam até abaixo de sua cintura. Seus olhos tinham um tom artificial púrpura que parecia cintilar como uma safira. A pele da mulher era bonita e escura, como um torrão de café. Ela sorria docemente, porém seu olhar era sádico como o olhar de um demônio. E de demônios Nicolle entendia perfeitamente.

- É, o número 1439 foi útil. Pena ter falhado. – A mulher sorriu olhando o cadáver ao chão. – Pode ir lobisomem, já cumpriu com nosso trato que era farejar a demônio. Agora é comigo.

Loren olhou para a mulher ao seu lado e depois novamente para Nicolle. Até ele a ver não sabia nem ao menos se estava viva, e agora sabia que estava viva e que a mulher que amara séculos atrás era uma demônio. Nicolle apenas lia a mente confusa e conturbada de Loren, era difícil adentrar seus pensamentos, como se houvesse uma densa neblina nele. Se bem, que tudo que o envolvia parecia dificultar seus dons ou embaralha-los, como se Loren fosse uma interferência entre o mundo espiritual e o físico para ela.

O loiro abaixou a cabeça e saiu dali, embrenhando-se na mata sem virar-se para trás. A morena à frente, anteriormente ao lado do loiro, puxou uma espada da cinta e atacou a demônio com toda a fúria que possuía. Seus golpes eram rápidos e fortes, caso acertasse Nicolle com certeza se machucaria, mesmo porque aqueles agente provavelmente não usavam armas normais, e sim armas sagradas e abençoadas, talvez até mesmo armas celestes.

A demônio desvia-se dos golpes, esquivando-se ou defendendo-os com sua adaga. Achou estranho a agente não utilizar nenhum de seus dons, normalmente eles sempre o faziam. Por distração a arma da mulher a acertou no braço, fazendo um corte superficial. A dor que se seguiu foi uma das piores das quais já a afligiram, era como se sua carne estivesse borbulhando e derretendo gradativamente, espinhos pareciam cravar-lhe a pele e a alma. Se um pequeno corte lhe causava esta dor, ela temia por ter um corte profundo vindo daquela arma.

A morena riu com desdém vendo a dor passar pelo rosto da Succubus por um instante. Foi então que ela começou a usar de seu dom. Seus olhos assumiram um tom vermelho que parecia tremular entre laranja e amarelo, como a chama de uma vela. A espada da mulher agitou-se por um instante e no momento seguinte estava envolta em chamas, assim como toda a agente.

- Irá voltar para o inferno. – Disse a mulher com uma voz carregada de ódio.

Nicolle apenas sorriu sadicamente, tocando o braço ferido por um momento e depois segurando mais firmemente a arma em sua mão.

- Levarei-a comigo, Lindsay. – A Succubus pronunciou depois que a mulher pensou sem querer em seu próprio nome. Talvez não fosse sem querer, talvez fosse mais como um desafio, caso Lindsay matasse Nicolle parecia que ela queria que a Succubus a encontrasse depois para um provável segundo confronto, quando retornasse no Sheol.

Mas não haveria um segundo confronto.

Lindsay correu na direção da demônio, e Nicolle em sua direção. Armas erguidas, rostos sarcásticos e furiosos, suor e cansaço. Vontade de sangue.

As armas se chocaram e o tilintar delas fora mais alto do que o esperado, Lindsay esticou a mão livre e apertou o pescoço da demônio, na intenção de incendiá-la, porém não fora isso que aconteceu. A pressão e o fogo na garganta dela não surtiram nenhum efeito, e foi então que Lindsay notou o erro que havia cometido. Seus olhos se arregalaram de puro pavor quando a mão de Nicolle segurou o pulso dela. A demônio sorriu, porém antes que pudesse terminar logo com aquela peleja ridícula, Lindsay tentou dar um corte horizontal no tronco da demônio. No entanto, o corte não chegou a se aprofundar, fazendo apenas mais um corte superior em seu tronco que ardia e machucava terrivelmente, como se sugasse suas energias. Agora sabia como suas vítimas se sentiam.

Nicolle não entendeu porque Lindsay interrompeu seu ataque. A mulher a qual era segurada derramou sangue pela boca. Seus olhos pareciam que iam saltar do globo enquanto mudavam de cor até voltar ao estranho púrpuro. Em um último movimento ela olhou para baixo, garras transpassavam-na das costas à barriga. Ela caiu morta no chão depois que as garras foram retiradas de seu corpo.

O ser que havia a matado era um lobisomem original, aquele o qual não necessita da lua para a sua transformação, aquele que tem os genes de lobo hereditário, aquele que Loren era. O lobisomem deveria ter dois metros de altura, porém como estava curvado era do tamanho de Nicolle. Sua pelagem era cinza escura, possuia duas presas e garras compridas e mortais banhadas em sangue. Seus olhos eram os mesmo, talvez a única coisa que não mudasse naquela transformação bizarra de homem à híbrido com lobo.

O Lobo Loren atacou-a com suas garras, entretanto apesar de machucada ela conseguiu desviar. Seu corpo doía e parecia estar novamente no Sheol de tão quente que seu avatar, ou seja, seu corpo humano estava. Tinha que fugir, uma luta direta com um lobisomem não parecia uma boa ideia. Por este motivo fez suas asas brotarem de suas costas, grandes asas similares à de morcego, negras com uma membrana translúcida e finos traços arroxeados. Ela deu um impulso para voar, porém quando estava levantando voo lembrou-se de Kira. Não poderia deixá-la lá. Não era sua irmã de verdade, mas era o único ser o qual confiava plenamente e que talvez desse sua vida em troca.

Sua velocidade diminuiu e novamente estava ao chão. Uma presa fácil para um faminto lobisomem.

Olhou ao redor à procura de algo que a auxiliasse, no entanto não pode procurar por muito tempo já que no segundo seguinte Loren já estava à sua frente uivando ruidosamente e rosnando com suas grandes presas para fora. Ele iria matá-la, com certeza.

Ela deu um passo para trás, o que fez uma onda de dor percorrer seu corpo à ponto dela bater os dentes. Enquanto desviava agilmente dos golpes do gigantesco lobo ela viu, atrás dele, uma pequena chama. A arma de Lindsay que ainda queimava envolta em fogo. Sem pensar duas vezes a demônio moveu as mãos e o fogo que antes estava na arma agora estava queimando nas costas de Loren. Não iria matá-lo, mas retardá-lo.

O lupino urrou de dor enquanto contraia as costas e rolava no chão para apagar as labaredas que se propagavam nele. Nicolle correu para perto da arma de Lindsay e dali viu a sua própria adaga jogada ao chão. Havia caído no momento em que Loren a atacará. Em meio a escorregões e mancadas longas ela finalmente conseguiu aproximar-se de sua arma, assim como Loren conseguiu aproximar-se dela. Nicolle rolou sobre o chão com a arma em punho no mesmo momento em que o lobisomem jogou-se sobre ela.

A adaga o teria transpassado, e ele teria morrido dolorosamente, já que a tal era feita de prata. Porém, Nicolle erguera o braço machucado no instinto de afastar o lobo da ponta de sua adaga. Funcionará. Sua força era muito grande, apesar de machucada. Os olhos humanos de Loren dirigiram-se a arma que ela segurava na direção de seu coração, ele sabia que se ela não o tivesse empurrando com o seu outro braço, aquela arma teria cravado em seu peito. Seus olhos foram para o braço tremulo da mulher que o segurava, e em seguida para o rosto dolorido e frio dela.

Os olhos de ambos fixaram-se por um segundo, e no segundo seguinte o lobo já não estava mais ali. Nicolle estava sozinha, apenas ela e cadáveres de mutantes imbecis.

Uma onda de energia propagou-se perto da infernal enquanto uma silhueta formava-se em meio as sombras da parede decrépita do cassino abandonado. Um homem surgiu ali. Era um pouco mais alto que as gêmeas, seu corpo tinha músculos discretos por baixo do paletó preto que vestia. Seu cabelo castanho era bem cortado e a barba era rente ao rosto, o que dava a ele um charme diferente. Seus olhos tinham a cor castanha de seu cabelo. Era um avatar realmente atraente.

Nicolle bufou levantando-se ainda dolorida e guardando sua arma. Jogou uma mecha do cabelo para trás e apoiou uma das mãos na cintura.

- Demorou demais, Asmodeus. Alguns minutos atrás e você chegaria na hora da festa. – Nicolle deu seu sorriso torto corriqueiro enquanto movia o doce pela boca.

O demônio sorriu e caminhou em direção à Nicolle. Olhou em volta, principalmente para os cadáveres ao chão.

- Chame-me de Demetrius. Como se chama aqui na Haled, Nahemah? – Perguntou Asmodeus usando o termo Haled, que é o nome dado ao mundo dos humanos, e o nome de Nicolle no Sheol. Fazia tempo que não ouvia nenhuma daquelas palavras, e isto era extraordinário.


Haled
Estados Unidos - Las Vegas
20 de julho de 1985


Àquela noite haveria a reunião aonde Asmodeus, vulgo Demetrius, organizaria os demônios que estavam na Haled. Os ferimentos de Nicolle estavam melhorando, assim como os de Kira, afinal, ela também havia enfrentado agentes e um monstro, apesar de não ter sido um monstro de seu passado.

Todos estavam reunidos naquele cassino abandonado. Demônios de todas as castas juntos por um mesmo motivo e enfurnados numa sala apenas para ouvirem Demetrius discursar. Ele falou, e falou, e falou, porém assim como Kira, Nicolle estava pouco se importando com o que ele dizia, ouvira apenas as partes importantes, como que aquele cassino seria totalmente reformado e se tornaria o refúgio de todos os demônios, e que todos deveriam caçar e exterminar qualquer anjo, agente ou outro monstro que pudesse os ameaçar. Era engraçado pensar sobre aquele discurso para a demônio, afinal, fora para isso que ela viera para a Haled, apenas para ouvir Asmodeus falar e dar ordens, nada mais nada menos. Ela riu com este pensamento, riu para si mesma, enquanto sua mente vagava por todas as mentes presentes no local, analisando cada pensamento, importuno ou não, das mentes impuras daqueles seres infernais.

Um som a dispersou. Um uivo. Um uivo angustiado, triste, raivoso e principalmente vingativo. E com um uivo uma pergunta distante voltou a sua mente: Loren, tu sabes o que és?


OBS: Refiz a ficha devido ao níveis de idade e tudo mais. Peço que a arma continue a mesma.



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Nicolle H. Dresch (Demônio) Empty Re: Nicolle H. Dresch (Demônio)

Mensagem por Primum Qua Jun 06, 2012 4:17 pm

Avaliada.
Preciso dizer alguma coisa? Nem, mas vou dizer: Tá perfeita. u_u q
Amei, tá muito legal. Enfim, atualizar-te-ei.
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