A História dos Callahari

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A história de Eldric Callahari é contada como uma lenda dentro do clã, pois é com um simples garoto que se começa toda uma era de bruxos que dura até a atualidade.

Como tudo se começa do começo, o nome original do fundador era Eldric Stevens, filho de um fazendeiro e de uma nobre italiana que fugira para viver o impossível amor. Os dois eram bruxos, apesar de não exercerem a prática, a Sra. Stevens mantinha o trabalho como curandeira, usando apenas seus conhecimentos sobre ervas medicinais para curar. Eldric apesar de saber que era diferente, era reprimido pelos pais para que tentasse ser o mais normal possível. Nessa época, a mentalidade puritana dos Estados Unidos e o fanatismo religioso predominavam por toda a região de Salém.

E isso levou a grande tragédia.

Em 1692, quando Eldric tinha 15 anos, Tituba, uma escrava vinda da Índia Ocidental e praticante do Voodoo lançou sobre as garotas uma peça que deveria ter durado apenas alguns dias, porém que chamou a atenção de Cotton Mather, um pregador religioso fanático. A acusação de bruxaria começou a crescer a tal ponto a assustar a população puritana da época. Samuel Sewall, um juiz, fora chamado para julgar os casos de bruxaria e condenar os culpados e pagãos.

Foi um ano de terror para a família de Eldric, que mais do que nunca tentou manter as sombras as origens mágicas. Se tentassem fugir, seriam vistos como culpados de algo e seriam perseguidos. Tudo ia bem, Eldric mal sabia dos poderes e vivia a sua adolescência como qualquer outro, até que em uma noite, a melhor amiga de sua mãe estava a ter um parto complicado e esta fora chamada para ajudar.

A mulher iria morrer, todos sabiam disso. A sra. Stevens fizera de tudo e pela primeira vez agiu movida aos seus instintos, salvando a amiga usando magias que davam força, permitindo que a mulher vivesse. Isso atraiu os olhos de Sewall para a família. A Inquisição não demorou a bater a porta dos Stevens, os olhos acusadores dos cidadãos, o medo e o preconceito deixaram Eldric enfurecido e magoado, não fazia muito tempo que era como qualquer outro.

Em sua revolta, Eldric decidiu passar o dia fora sem avisar a ninguém. Queria sua liberdade novamente, queria que todos aqueles tolos morressem. Caminhou pelos bosques e voltou apena a noite para casa. Apenas para encontrá-la vazia e revirada, como se tivesse acontecido uma batalha. Amedrontado como o que poderia ter acontecido, ele correu para a cidade com todo o fôlego que tinha. Ao chegar à praça principal, ele apenas viu um amontoado de gente, trêmulo, ele continuou o caminho até poder enxergar sobre um palanque seus pais com cordas envolta no pescoço, assim como a mulher que a mãe tinha salvado.

Sewell os condenou a forca, seus pais por terem praticado magia e a mulher por estar enfeitiçada. Eldric assim que percebeu o que acontecia, tentou avançar e gritar, lutar pela vida de seus pais, mas tudo o que recebeu foi uma mão forte sobre a boca tampando seus gritos de fúria e um braço grande o imobilizando. Era Giles Corey, um amigo de família que sabia dos segredos, mas o aceitava sem preconceitos. Corey arrastou Eldric para fora da praça antes que fosse percebido, enquanto os olhos do garoto viam os pais sendo enforcados, os corpos balançando de um lado para o outro enquanto a vida os deixava.

Com a ajuda de Corey, Eldric fugiu da cidade para Boston, jurando vingança contra todos aqueles que mataram seus pais. Eldric usou de seus poderes para sobreviver, mentindo, roubando, enganando, fugindo. Faria de tudo para poder continuar vivo sem mais renegar o que era, mas ao mesmo tempo mantendo-se seguro. Estudou a magia a fundo e quando já tinha se tornado um grande bruxo, a família Callahari, a família de sua mãe o encontrou.

Ele era o único herdeiro vivo dos bens da família. Eldric não viu isso como um impencilho, mas sim como uma oportunidade. Munido com um título nobre, riqueza e poder, ele não apenas perseguiu Sewell e Mather, como os destruiu de toda a forma possível, seu plano original era matá-los, mas toda a sua vida fora mudada quando conheceu Katrina, uma bruxa vinda de uma família também perceguida pela Inquisição, porém que mantinha o orgulho mágico acima de qualquer coisa, assim como seus princípios.

Foi graças a ela que Eldric tornou-se um bruxo não mais cruel e vingativo, mas sim orgulhoso e nobre. Ele fez com que os Callahari depois dele soubessem exatamente o que eram, que aprendessem desde cedo a magia e que tivesse orgulho disso. Seu famoso lema era: Não tema as trevas, as manipule com seu poder mágico. Ele criou a lei de que todos os bruxos da família deveriam possuir apenas o sobrenome Callahari, mesmo os bastardos e de personalidade duvidosa.

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Eldric morreu em 1950 após uma batalha contra o líder de um clã vampiro. Depois de viver séculos de vida, sua sabedoria era enorme, porém a força desse vampiro era também secular. Esse ocorrido criou uma rixa ainda maior entre bruxos e vampiros. A líder da família foi escolhida devido um acontecimento trágico e definitivo. Porém antes disso, disputas internas aconteceram, filhos mais velhos e filhos que se consideravam mais fortes se achavam no direito de liderar e proteger o nome Callahari com o orgulho que foi transmitido de geração para geração.

Foi em uma noite de outubro de 1958, em um dia das bruxas que o destino do clã fora decidido. A líder foi escolhida não de forma tradicional, mas sim por uma ultima ordem dada. Katrina tinha uma irmã mais nova chamada Alyssa, a irmã da qual era mais unida. Anos atrás, uma tragédia tinha atormentado Alyssa, uma de suas filhas ao ter apenas 10 anos de idade fora seqüestrada por um clã inimigo e nunca mais se teve notícias. Porém, nessa noite de outubro, fora esse clã que invadira a mansão dos Callahari.

Dentre os atacantes estava uma garota de habilidades fortes, que atacara a poucos e guiara-se diretamente a um objetivo único. Katrina. A batalha entre as duas foi árdua, magias ofensivas jorraram de suas armas mágicas e as defensivas produziam efeitos quase surreais. Porém Katrina era mais velha e logo recebeu a ajuda de sua irmã Alyssa, que correria o mais rápido para ir a seu socorro. A invasora não tivera chance contra as duas bruxas Callahari, porém em um dos feitiços ofensivos, parte de sua roupa fora rasgada e no alto de seu busto pode ser visto uma marca de uma estrela, um sinal de nascença. Um mesmo sinal que Alyssa carregava. Aquela invasora que ousara desafiar Katrina e sua irmã, era na verdade a filha desaparecida, era Audrey Callahari.

Na tentativa de explicar o que acontecia, outros do clã invasor se aproximaram e tentaram impedir. Audrey confusa tentara ordenar que eles se afastassem, mas estes ao entender a situação atacaram de surpresa tanto as mulheres Callahari e a Audrey, que a poucos momentos atrás era considerada uma aliada. Ninguém além de Alyssa e Audrey saberia explicar o que realmente acontecera, porém Katrina em um ato de sacrifício, usara de algum tipo de magia que fez com que Audrey recuperasse todas as lembranças do tempo na casa e ao mesmo tempo deixou os inimigos fracos.

Os outros membros do clã logo derrotaram os inimigos, deixando alguns fugirem, outros não. Quando a maior parte finalmente encontrou Katrina, Alyssa e Audrey, tudo o que viram foram a mãe e filha chorando enquanto a líder sorria contente. Em suas ultimas palavras ela ditou: “Audrey deverá ser a próxima líder depois de mim. Deixo o resto de minhas energias a ela, assim como a responsabilidade de tomar conta do clã. Se essa ordem não for cumprida, essa energia que deixo irá mover-se!”.

O aviso e o ultimo pedido de Katrina fora escutado e Audrey eleita a Líder Callahari. Por anos esta teve de provar a sua lealdade, perseguindo o clã inimigo e protegendo os Callahari dos perigos. Depois de um árduo trabalho para se redimir, Audrey conseguiu provar-se uma verdadeira Callahari. Com sua personalidade singular, habilidade e esforço, Audrey era por fim respeitada pelo Clã.